domingo, 20 de dezembro de 2009

Nota de Imprensa
16 Dez.09
Ministra da Cultura na inauguração da Exposição “Rios Douro”

“Museu do Douro é uma referência na museologia nacional”

A Ministra da Cultura elogiou ontem o conceito expositivo e de gestão do Museu do Douro. “É um modelo extraordinário no quadro da museologia nacional”, frisou Gabriela Canavilhas, durante a inauguração da exposição “Rios Douro”, mostra que, através de diferentes olhares, perspectivas e abordagens presta homenagem ao rio Douro.

“O fascínio maior deste Museu é ser realmente um Museu de identidade de região. Visitando este espaço faz-se uma visita pela região e sai-se daqui com a sensação de que toda esta zona envolvente é de uma riqueza ambiental, paisagística e cultural de enorme densidade e intensidade e isso está muito bem expresso e revelado neste Museu”. Estas foram as palavras de Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura, após a visita que ontem efectuou à sede do Museu do Douro, na Régua, durante a inauguração da exposição anual “Rios Douro”.
Para a governante, a sede do Museu do Douro é de “visita obrigatória”: “Todos nos orgulhamos de ter nesta região um modelo de desenvolvimento cultural sustentado, com grande qualidade, um projecto de inclusão social que é extraordinário e de grande significado para nós”.
Sempre acompanhada com o secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, a Ministra da Cultura mostrou-se claramente “surpreendida” com o conceito e qualidade das exposições levadas a cabo no Museu do Douro. “Espero que o Museu do Douro se torne cada vez mais uma referência como modelo expositivo e de gestão, como já o é em termos da museologia nacional”, concluiu.

Working in progress
O Museu do Douro, enquanto agente fundamental para o desenvolvimento cultural da região duriense, prevê, no âmbito da programação do edifício sede, uma grande exposição programática anual, com projecção nacional e internacional. O objectivo é homenagear grandes figuras que moldaram e moldam o território. O programa iniciou com a exposição dedicada à vida e obra de Barão de Forrester, nome maior da história duriense, e prossegue agora com a exaltação de outra figura: o rio Douro. “O rio Douro é também um actor, talvez o principal”, sublinha Fernando Maia Pinto, director do Museu do Douro.
“Rios Douro” é não uma, mas diversas exposições que decorrerão ao longo de mais de um ano, numa espécie de working in progress com duas fases diferentes que se complementam entre si e que culminam em 25 de Abril de 2011, para dar lugar a uma nova exposição programática, que se dedicará a outra grande figura duriense: “A Ferreirinha” (em 2011 comemoram-se os 200 anos do seu nascimento).
“Rios Douro” é uma homenagem às múltiplas facetas do rio Douro. A exposição retratará toda a envolvência e importância que este rio representou e representa para toda a região, através de diferentes olhares e perspectivas, diferentes interpretações e abordagens – pintura, instalação, etnografia, exposição documental, fotografia, etc.

“Rios Douro”

“Rios Douro” é composta, nesta primeira fase, por três momentos diferentes: Joaquim Lopes, Manuel Casal Aguiar e uma instalação na qual um barco rabelo está a ser recuperado ao vivo. “Rios Douro” é uma exposição de “geometria variável e sempre em construção. Vai evoluindo com a apresentação de conteúdos diferentes durante o seu período de vida”, explica Fernando Maia Pinto. Em 2010, o ciclo de exposições prossegue com novos momentos: “Faina Fluvial no Douro”, Lixa Filgueiras, “Meu Douro” e “Rios Douro”.

1. Exposição “Mestre Joaquim Lopes – Douro” (16 de Dezembro a 5 Abril de 2010)
O pintor Joaquim Lopes (1886-1956) foi um mestre da pintura da primeira metade do século XX, pouco conhecido do grande público, mas cuja obra se encontra disseminada por diversos museus nacionais e internacionais, além de inúmeras colecções privadas. Esta exposição pretende divulgar a obra deste vulto da arte portuguesa, nomeadamente os trabalhos relacionados com o rio Douro, bem como evidenciar as múltiplas realidades/facetas que o rio Douro possui durante o seu curso, não só patentes na paisagem natural, agrícola e construída, mas igualmente nos costumes, nos trajes, nos rostos dos seus habitantes – os rios Douro.
A exposição tem como ponto de partida o espólio da Casa do Douro onde se conservam nove telas do autor, apresentando também outras obras do artista existentes em colecções portuguesas, públicas e privadas. Ao longo da exposição, composta por 8 núcleos, o visitante conhece a obra do pintor e faz uma “viagem” pelo rio Douro, desde Miranda até à Foz, locais de eleição do mestre.
Os painéis pertencentes à colecção da Casa do Douro constituem eles próprios uma viagem pelo rio Douro, desde o Douro vinhateiro até aos entrepostos de Porto e Gaia, retratando o ciclo do vinho do Porto. Esta viagem foi proposta por Joaquim Lopes para o pavilhão da Casa do Douro na I Exposição Colonial Portuguesa, de 1934.

2. Exposição “Manuel Casal Aguiar” (16 de Dezembro a 5 de Abril de 2010)
Exposição retrospectiva de Manuel Casal Aguiar, artista da Escola Superior de Belas Artes do Porto. A exposição dará uma imagem completa dos seus trabalhos e contribuirá para uma interpretação actualizada da produção de Manuel Casal Aguiar, autor do conhecido painel de azulejos que se situa na Rua Ferreirinha, junto à Estação de Caminhos de Ferro da Régua.

3. Recuperação de um Barco Rabelo (16 de Dezembro de 2009 a 25 de Abril de 2011)
A garagem da sede do Museu do Douro é palco de uma instalação sui generis: a recuperação ao vivo de um velho barco rabelo, tradicional embarcação do rio Douro, utilizada no transporte de vinhos do Porto desde o Alto Douro vinhateiro até ao cais da Régua.

4. Exposição «Faina Fluvial no Douro» (29 de Janeiro a 5 de Abril de 2010)
No núcleo “Faina Fluvial no Douro”, o Museu do Douro apresenta uma visão estética do rio Douro, através de um conjunto de obras de cinco artistas plásticos da Escola de Belas-Artes do Porto: Amândio Silva, Augusto Gomes, Guilherme Camarinha, Júlio Resende e Sousa Felgueiras.
Um dado singular, é o facto de os visitantes do Museu do Douro poderem assistir já à fase de instalação desta exposição, cujos trabalhos estão já expostos no primeiro andar da sala principal de exposições do edifício-sede do Museu. Os visitantes podem assim acompanhar a evolução deste projecto até ao dia da sua inauguração.
5. Exposição «Lixa Filgueiras» (de 26 de Março 2010 a 25 de Abril de 2011)
Octávio Lixa Filgueiras (1922 – 1996) arquitecto formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, com a classificação final de 20 valores, dedicou parte da sua vida ao estudo sobre arquitectura popular em Portugal, bem como à protecção do património cultural e arquitectónico. Dedicou parte da sua vida ao estudo das embarcações tradicionais portuguesas, nomeadamente do barco rabelo. Apaixonado por navios, a grande mensagem de Lixa Filgueiras consistiu no alerta para a salvaguarda do património marítimo português, causa pela qual sempre se bateu. Deixou o mais relevante arquivo pessoal sobre cultura marítima, actualmente em depósito no Museu Marítimo de Ílhavo.
6. Exposição “Meu Douro” (de 18 Maio a 25 Abril de 2011)
Esta exposição incluirá os trabalhos resultantes do “Meu Douro” Projecto com Escolas, desenvolvido ao longo do ano lectivo 2009/2010 junto de escolas da Região Demarcada do Douro. “Meu Douro” é um projecto direccionado para realidades e representações do quotidiano, procurando envolver as pessoas e os seus modos de ver. Pretende-se mobilizar as escolas, tocar e revelar vivências e memórias pessoais “com o rio ao fundo”, contando com a participação de professores e alunos de
escolas de Armamar, Baião, Lamego, Mesão Frio, Peso da Régua, Resende, Vila Real e Tabuaço.
7. “Rios Douro” (de 18 Maio a 25 de Abril de 2011)
A exposição «Rios Douro» vai evoluindo com a apresentação de conteúdos diferentes durante o seu período de vida. Num primeiro tempo serão aspectos pictóricos ligados ao Douro. A 18 de Maio de 2010 o discurso expositivo será novo, integrando o Douro dos engenheiros, das barragens, do caminho de ferro, da estética, do sagrado… “’Rios Douro’ organiza-se a partir de três metáforas que caracterizam esta “estrada” plural (...): a Estrada de Água, a Estrada de Ferro, a Estrada das Turbinas”, conclui Álvaro Domingues.

1 comentário:

Francisco Silva disse...

A Ministra da Cultura foi à Régua dizer que o “Museu do Douro é uma referência na museologia nacional”, depois elogiou o conceito expositivo e de gestão do Museu do Douro, referindo que o Museu do Douro “É um modelo extraordinário no quadro da museologia nacional”.

Para quem conhece, mesmo que de forma superficial, o realidade do Museu do Douro concluirá que, das duas uma: ou a Ministra não sabe o que diz e, portanto, disparata, ou a Senhora mais não foi senão a porta-voz do seu Secretário de Estado que, por sua vez, fez o frete ao seu subalterno, o hilariante director do Museu do Douro.
Por outro lado, perante a absolutamente insustentável gestão até aqui praticada no Museu do Douro, tecer um elogio é, no mínimo, leviano.
Enfim, com esta Ministra da Cultura são já três os sucessivos titulares da pasta que são nomeados para a irrelevância e/ou disparate.